A editorialista e proprietária do semanário Primeira Página, Sandra Miranda de Oliveira, recebeu ameaças e perseguições do governador do Tocantins, Marcelo Miranda. Os atos seriam uma reação contra a linha editorial do jornal e a publicação regular de reportagens com críticas à administração estadual. Foram publicados no seu semanário os artigos: “Governador e sua mulher teriam parentes fantasmas” (semana de 6 a 12 de dezembro de 2004) ou “Fantasmas tornam possível aumento de salário do Governo de Tocantins” (semana de 29 de novembro e 5 de dezembro de 2004). No dia 30 de agosto, em uma cerimônia oficial, Marcelo Miranda interpelou José Valdemir Miranda, irmão de Sandra, também jornalista. O governador o teria chamado para um canto e ameaçado: “Não permitirei mais a publicação de informações que constituam ataque à minha família. Se as medidas judiciais não tiverem o efeito desejado, tomarei outras disposições”. Sandra denunciou o caso à organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). “Ficamos chocados com este novo ataque à liberdade de imprensa no Brasil porque parece emanar de um alto funcionário do Estado. Esperamos que isso não impeça a abertura de rigoroso inquérito”, declarou RSF. A jornalista também lembrou o incêndio criminoso em seu domicílio, no dia 17 de maio de 2005. Os culpados ainda não foram identificados. O marido da jornalista, Reynaldo Soares de Oliveira Silva, já foi seguido por uma camionete suspeita quando passeava perto de sua casa. Sandra deu queixa contra Marcelo Miranda.