1778 – O jornalista britânico Dominic Mark Phillips, conhecido como Do

O jornalista britânico Dominic Mark Phillips, conhecido como Dom Phillips, 57 anos, foi assassinado junto com o indigenista Bruno Araujo Pereira, 41 anos, na região do Vale do Javari, próxima a tríplice fronteira do Brasil, Peru e Colômbia. Os dois foram emboscados, quando viajavam de barco. Foram mortos a tiros e seus corpos foram ocultados, sendo resgatados somente dez dias depois. Dom Phillips vivia no Brasil desde 2007 e se dedicava ao jornalismo ambiental, sendo colaborador de diversos veículos, entre ele, o jornal britânico The Guardian. Quando foi assassinado estava dedicando-se a escrever o livro Como salvar a Amazônia? e passou a acompanhar Bruno Pereira em suas expedições. Bruno Pereira era funcionário licenciado da Funai, onde já havia ocupado a Coordenação-geral de Índios Isolados e Recém-contatados. Com o desmonte da Funai pelo governo Bolsonaro, licenciou-se e passou a trabalhar para a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava). Bruno denunciava a exploração ilegal da pesca e também o tráfico de drogas na região e já havia recebido ameaças de morte. Os dois foram vistos, pela última vez, quando se deslocavam da comunidade de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, onde se reuniriam com indígenas e ribeirinhos. Um dos projetos de Bruno era o treinamento dos integrantes dessas comunidades para o registro por imagens dos crimes ambientais cometidos na região, que abriga a Terra Indígena Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Foram os integrantes da Unijava que se mobilizaram e, num trabalho incessante, localizaram os corpos do jornalista e do indigenista. Também apontaram os principais suspeitos. Pela pressão internacional, a polícia federal teve de agir e, no dia 15 de junho, prendeu dois suspeitos: Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, e seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como dos Santos. Eles confessaram o duplo assassinato. Posteriormente, também foi preso Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”. Em 21 de julho, Amarildo, Oseney e Jefferson foram denunciados pelo Ministério Público por duplo homicídio qualificado, por motivo fútil e ocultação dos corpos. Em 7 de julho, a PF prendeu em flagrante o mandante do crime, o peruano Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”. Traficante de drogas, Colômbia aliciava pescadores para a pesca ilegal e vendia os peixes como forma de levar o dinheiro do tráfico. Ele foi soltou em outubro, depois de pagar fiança, ficando em prisão domiciliar. Foi preso novamente em dezembro, depois de descumprir condições da prisão domiciliar.