O ministro da Justiça, André Luiz Mendonça, pediu à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de inquérito para investigar uma charge reproduzida pelo jornalista Ricardo Noblat que associa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao nazismo. Noblat e Aroeira serão investigados com base na Lei de Segurança Nacional, que estabelece como crime “caluniar ou difamar o presidente da República […], imputando-lhe fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação”. A charge de Renato Aroeira, publicada originalmente no site 247, mostra Bolsonaro com um pincel e um balde de tinta preta nas mãos após pintar as pontas de uma cruz vermelha, referência à saúde. Com a pintura, a cruz transforma-se em uma suástica, símbolo do regime nazista. A charge também traz a frase “bora invadir outro”, fazendo alusão à fala do presidente, que incentivou apoiadores a entrar em hospitais e verificar se os leitos estavam realmente ocupados. Noblat também é alvo de outro inquérito aberto na PF por uma postagem no Twitter. A partir de um comentário de um internauta sobre ataques de Bolsonaro à imprensa e aos governadores (por conta das determinações de isolamento social), Noblat afirmou: “Do jeito que as coisas vão, cuide-se Bolsonaro para que não apareça outro louco como Adélio”. O comentário foi considerado uma ameaça pelo deputado José Medeiros (Podemos-MT) que pediu providências ao Ministério da Justiça.