Após uma série de matérias denunciando a prefeitura de Vinhedo, ex-diretor jurídico da administração municipal, Paulo Cabral, entrou em contato com Juliano Gasparini, diretor da Folha de Vinhedo, com interesse em fazer denúncias contra a prefeitura. Conversas entre os dois foram gravadas em fita por Gasparini, que também registrou em DVD um encontro entre eles e o vereador Toninho Falsarela (PSB) em um hotel de Campinas. De posse de denúncias contra membros da prefeitura e do judiciário local, o jornalista reteve as informações para confirmá-las. Neste meio tempo Cabral recuou em seu posicionamento e divulgou um documento afirmando que estava alcoolizado no momento em que realizou as denúncias. A juíza Ana Lúcia Xavier Goldman, da 1ª Vara Cível de Jundiaí (SP), determinou em 01/06 que três nomes citados – dos promotores Rogério Sanches Cunha e Osias Daudt e do juiz Herivelto Araújo Godoy – não poderiam ser publicados pelo jornal para não “macular a credibilidade do Poder Judiciário e do Ministério Público de Vinhedo”. Além disso, uma multa de R$ 500 mil seria aplicada ao veículo por cada publicação e por cada dia de veiculação da matéria. Oficiais de justiça foram à redação do jornal para notificar que os nomes não deveriam ser publicados. Acompanhados de policiais, os oficiais possuíam autorização para entrar na redação e recolher seu material, se necessário. O jornal se comprometeu a não publicar os nomes. Por determinação judicial, a edição de 16/06 da Folha de Vinhedo trouxe borradas fotos e omitiu nomes de quatro envolvidos em denúncias de corrupção na prefeitura da cidade. O Tribunal de Justiça de São Paulo cassou a liminar e uma segunda sentença foi emitida pela mesma juíza, proibindo o jornal de publicar o nome de quatro autoridades locais citadas na gravação e que ainda estão sob sigilo de justiça.